Tragédia Anunciada, Mais Uma..

Ângela Pinheiro[1]

Indignada, mais uma vez – é assim que me sinto, com a notícia de que Artur, pequeno de dois anos, teve morte (anunciada), ao cair por um buraco no ônibus que servia de transporte escolar, no qual Artur e sua mãe trafegavam irregularmente, em Limoeiro do Norte. Custei mesmo a entender que o buraco era no piso do ônibus, e encoberto por papelão. Um pedaço de papelão! Inconcebível! Inaceitável!

Mais indignada me percebi, ao ler notícia na mesma página de O Povo, de que o Governo do Estado comprou mais 150 Hilux para as Polícias Militar e Civil. Consideradas as devidas competências de cada nível e Poder Público, o que mais ressalta é a nauseante persistência em tratar tão desigualmente manifestações da vida e da cidadania.

Sigo incomensuravelmente indignada e com desmedida esperança de uma vida social mais justa e mais atenta ao menor indício do pulsar da vida.

[1]Integrante do NUCEPEC/UFC (Núcleo Cearense de Estudos e Pesquisas sobre a Criança) e associada do CEDECA Ceará (Centro de Defesa da Criança e do Adolescente).
 

Percepção de adolescentes sobre acesso à justiça é tema de publicação lançada na faculdade de Direito da UFC

Discutir o acesso à justiça através do olhar dos próprios adolescentes aos quais se atribuiu prática de ato infracional. Com este intuito, o Cedeca Ceará, em parceria com o Laboratório de Estudos da Violência (UFC) e com a Rede de Assessoria Jurídica Universitária (Reaju), produziu a publicação “Defesa Técnica: o olhar do adolescente sobre o acesso à justiça”, lançada no último dia 11 de novembro, no Anfiteatro Willys Santiago Guerra, da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Ceará.

Segundo Roberta Medeiros, assessora comunitária do Cedeca e uma das pesquisadoras da publicação, a ideia partiu de um questionamento surgido com o acompanhamento de adolescentes envolvidos em situação de violência. A intenção era analisar o acesso à justiça para além dos aspectos formais. “Embora a gente observasse que não havia vícios formais no acompanhamento jurídico dos adolescentes, sentia a necessidade de analisar como ele se realizava de fato, considerando que, à época da pesquisa, só havia um defensor efetivo para atender as cinco varas da infância e da juventude em Fortaleza”. A opção de análise foi partir do olhar dos próprios adolescentes em cumprimento da medida socioeducativa de liberdade assistida em Fortaleza, no período de julho de 2006 e agosto de 2007. As informações foram obtidas através de entrevistas, realizadas por pesquisadores do Cedeca e da Reaju.

Além das entrevistas com os adolescentes, a publicação envolveu formações com os pesquisadores, definição de metodologia e análise do material obtido através da escuta dos adolescentes.

Divida em três capítulos, a publicação aborda desde o perfil dos adolescentes entrevistados (naturalidade, idade, raça, etnia e sexo, local de mordia e renda e o a metodologia utilizada na pesquisa), até os aspectos legais e o contexto político e social do Brasil, finalizando com a abordagem do acesso à justiça no contexto vivenciado pelos adolescentes.
Entraves para que os adolescentes tenham uma efetiva defesa técnica foram encontrados durante a pequisa: a maioria dos entrevistados não sabiam o que é um defensor público nem que tinham direito a um. Também a maioria não compreendia o processo de responsabilização e nem o que são medidas socioeducativas. Outro aspecto que chamou atenção durante foi o grande número de adolescentes que declararam ter sofrido violência policial.

No CD que integra a publicação há um relatório, analisado pelo Laboratório de Estudos da Violência (UFC), que traz informações detalhadas sobre o perfil dos adolescentes, os números gerados pelas respostas dadas pelos adolescentes durante as entrevistas.

O lançamento integrará a programação da I Jornada de afirmação dos direitos da criança e do adolescente, que acontece de 11 a 13 de novembro de 2009, na faculdade de Direito da UFC e na Vila das Artes.

 Aline Baima
Jornalista Mtb 1702 JP CE
Assessora de Comunicação
Cedeca Ceará

Cedeca realiza I Jornada de Afirmação dos Direitos de Crianças e Adolescentes

O Cedeca-Ceará realizou durante os dias 11 e 13 de novembro, em Fortaleza, a I Jornada de Afirmação dos Direitos de Crianças e Adolescentes Durante três dias, conferências, mini-cursos, oficinas e mostra de vídeo ocorreram nos espaços da Faculdade de Direito da UFC e Vila das Artes. Especialistas da área da infância e juventude fizeram parte da programação, voltada para profissionais de áreas afins, estudantes e interessados nos temas.

Entre os conferencistas presentes, estava o ex-vice-presidente do Comitê da ONU para a Infância e atual presidente da Defensa de Niños y Niñas Internacional – Secção Argentina, Norberto Liwski. Sua palestra “O Estado Brasileiro e os compromissos da Convenção Internacional dos Direitos da Criança” foi ministrada no dia 12 de novembro, no Anfiteatro Willys Santiago Guerra, da Faculdade de Direito da UFC.

O evento celebra os “15 anos do Cedeca Ceará”, ao lado dos “20 anos da Convenção Internacional dos Direitos da Criança e do Adolescente”. Além de ser um momento para a entidade reafirmar compromissos de atuação e articular uma rede de amigos que contribuam para a auto sustentabilidade do Cedeca-Ceará. Para continuar garantindo as ações em defesa dos direitos de crianças e adolescentes, será foi solicitada uma contribuição mínima de R$ 20,00 a inteira e R$ 10,00 a meia para as inscrições.

Jornada é uma realização do Cedeca-Ceará, com o apoio da Cordaid, Núcleo de Direitos Humanos da Universidade Federal do Ceará (UFC), Rádio Universitária FM, Rádio FM Assembléia, Vila das Artes, Prefeitura Municipal de Fortaleza.

Sobre o Centro de Defesa dos Direitos de Crianças e Adolescentes (Cedeca-Ceará):

O Cedeca Ceará nasceu em 1994 a partir da mobilização de entidades da sociedade civil cearense, agências de cooperação, profissionais e movimentos sociais de defesa dos direitos da infância e juventude em Fortaleza. Desde sua origem reivindica-se como entidade de defesa de direitos humanos de crianças e adolescentes, conforme preconiza o Estatuto da Criança e do Adolescente, a Constituição Federal e a Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança. O Cedeca Ceará incorpora-se à concepção do Sistema de Garantia de Direitos1, procurando sintonizar sua ação, sobretudo, nos eixos de Defesa e de Controle Social. Nosso maior objetivo é uma sociedade que conjugue o desenvolvimento sustentável, a democracia real e a efetivação integral e universal dos direitos humanos.

Sobre Norberto Liwski:

Norberto Liwski foi vice-presidente do Comitê da ONU para a Infância durante o período de 2003 a 2007. Atualmente é presidente da Defensa de Niños y Niñas Internacional – Secção Argentina, organização não-governamental com status consultivo para as Nações Unidas. Médico pediatra, é professor associado da Cátedra de Direitos Humanos da Faculdade de Ciências Sociais da Universidade de Buenos Aires. O professor titular dessa mesma cátedra é o Prêmio Nobel da Paz, Adolfo Pérez Esquivel.

Liwski é ainda presidente do Comitê para a Defesa da Saúde, Ética Profissional e dos Direitos Humanos (Codesedh), associação sem fins lucrativos para o bem público nacional da Argentina. Em 2009, assumiu como diretor do Observatório Social Legislativo de la Honorable Cámara de Diputados de la Provincia de Buenos Aires. É consultor especializado do escritório regional para a América Latina e Caribe do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, e também consultor especializado do Centro de Investigação Innocenti do UNICEF; ex-subsecretário de Infância, Família e Desenvolvimento Humano da Província de Buenos Aires; ex-especialista sênior da Organização dos Estados Americanos (OEA), entre outras atividades.
 

 

Comissão de Defesa do Direito à Educação realiza seminário para discutir atuação dos movimentos sociais e direito à educação

A Comissão de Defesa do Direito à Educação e o Comitê Ceará da Campanha Nacional pelo Direito à Educação realizam, dias 29 e 30 de outubro, o Seminário Movimentos Sociais e Educação de Qualidade: discutindo a Conferência Nacional de Educação. O evento visa à mobilização para o controle social da política educacional, além de ser preparatório para as conferências estadual e nacional de educação, que ocorrerão em 2009 e em 2010, respectivamente. O Seminário ocorre, das 8h às 17h, na Escola Educar Sesc (Avenida José Bastos, 813, Farias Brito). Faça sua inscrição aqui.

Tendo como debatedores a representante da Comissão de Defesa do Direito à Educação, Raquel Maia, e o representante do Comitê Diretivo da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Marcio Alan Moreira, o evento será aberto com o painel “A importância da sociedade civil organizada na construção do Direito à Educação”. O tema do segundo debate será “Movimentos Sociais e Educação de Qualidade”. Finalizando as discussões do dia 29, o último painel terá como foco “O Papel do Estado e o Sistema Nacional Articulado”, exposto pelo mestre em Políticas Públicas em Educação pela Universidade de Brasília (UnB), Luis Araújo, e com a doutora em Educação pela Universidade Federal do Ceará (UFC), Josete de Oliveira Castelo Branco.

No segundo dia, o Seminário será aberto com o tema “A PEC 277/2008 – Obrigatoriedade do ensino dos 14 aos 17 anos”, tendo como mediadoras a professora de Política, Planejamento e Gestão Educacional do Centro de Educação da UFC, Jeannette Ramos; e a integrante do Fórum de Educação Infantil do Ceará e professora adjunta da UFC, Rosimeire Andrade. No período da tarde, ocorrerão discussões em grupo sobre o documento referência da Conferência Nacional de Educação (CONAE). Veja a programação completa em anexo.

Criada em 1998, a Comissão de Defesa do Direito à Educação é uma articulação formada por entidades de classe, movimentos populares, organizações não-governamentais, órgãos de fiscalização, comissões parlamentares, universidades, ministério público, conselho de educação, conselhos de direito e tutelares. A Comissão realiza, há mais de 10 anos, o controle social da política pública de educação básica na cidade de Fortaleza, com vistas à garantia da universalização do acesso e igualdade de condições para a permanência na escola de qualidade social, e integra nacionalmente a Campanha Nacional pelo Direito à Educação.

Contatos:
Bruna Gurgel ou Markes Rafhael (Cedeca Ceará) – (85) 3252-4292
E-mail: cedeca@cedecaceara.org.br
 
Aline Baima
Jornalista Mtb 1702 JP CE
Assessora de Comunicação
Cedeca Ceará

Cedeca Ceará abre inscrições para formação em direitos humanos de crianças e adolescentes

Cerca de 40 mobilizadores comunitários, ligados a organizações e movimentos sociais de Fortaleza, participam, a partir do dia 03 de novembro, na sede do Centro de Defesa da Criança e do Adolescente (Cedeca-Ceará), de uma formação em direitos humanos de crianças e adolescentes.

O curso, que terá carga-horária de 40 horas-aulas, será realizado de segunda a sexta, no período de 03 a 13 de novembro, das 14h às 18h, e abordará temas como Sistema socioeducativo; violência contra criança e adolescente; controle social, instrumentos e mecanismos de participação; e Sistema de Garantia de Direitos.

Ação estratégica do Cedeca-Ceará, o Projeto Debate Político e Formação em Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes visa à capacitação e à sensibilização de atores sociais para a defesa e proteção de crianças e adolescentes, com atenção especial para a garantia, consolidação e ampliação de direitos.

Esta será a sétima turma do projeto, que já realizou formações com conselheiros tutelares; estudantes universitários, profissionais de comunicação e adolescentes, dentre outros. O curso é gratuito e as inscrições podem ser feitas de 07 a 26 de outubro de 2009, através do envio da ficha de inscrição para a sede do Cedeca Ceará (Em anexo, estão o convite e a ficha de inscrição. As organizações e movimentos convidados para a formação terão uma pessoa de apoio para recebimento de inscrições). Foram convidados a participar da formação movimentos e organizações da sociedade civil, como a Rede de Articulação Jangurussu e Ancuri (Reajan), o Movimento de Conselhos Populares (MCP), o Movimento Hip Hop, o Movimento Nacional de Meninos e Meninas de Rua, o Fórum de Defesa dos Direitos de Crianças e Adolescentes, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, a Cáritas, o Centro de Apoio às Mães de Portadores de Eficiência (Campe). As quarenta (40) vagas serão oferecidas e distribuídas prioritariamente, mas não exclusivamente, a participantes articulados em organizações que trabalham e/ou com crianças e adolescentes ou na defesa de direitos e movimentos sociais. O preenchimento das vagas obedecerá ordem de inscrição.

O projeto, financiado pelo Groupe Développement e Comissão Européia, também prevê realização de campanhas e eventos de sensibilização da opinião pública para a defesa dos direitos de crianças e adolescentes, o monitoramento de programas televisivos policiais, além da elaboração, publicação e difusão de material de informação, educação e comunicação nas áreas de direito e infância.

SERVIÇO
Projeto Debate Político e Formação em Direitos Humanos – Curso de formação com Mobilizadores Comunitários
Período: 03 a 13 de novembro de 2009
Horário: 14h às 18h.
Local: Centro de Defesa da Criança e do Adolescente (Cedeca-Ceará) – Rua Deputado João Lopes, 83, Centro.
Mais informações podem ser obtidas pelo telefone 3252.4202 (a partir das 12h30min)
 
Aline Baima
Jornalista Mtb 1702 JP CE
Assessora de Comunicação
Cedeca Ceará

Cariri articula criação de núcleo da Comissão de Defesa do Direito à Educação

O Cariri, na região Sul do Ceará, articula a criação de um núcleo da Comissão de Defesa do Direito à Educação. O encaminhamento foi tomado durante o Seminário Regional para o Controle Social da Política Educacional, realizado em 29 de setembro, na Universidade Regional do Cariri (Urca), no município de Crato. A expansão do trabalho da comissão para o interior do Estado foi defendida durante o seminário comemorativo dos dez anos da comissão, em 2008.

Durante o evento no Crato, uma das coordenadoras do Centro de Defesa da Criança e do Adolescente (Cedeca-Ceará),  a assessora jurídica Nadja Furtado Bortolotti, apresentou a experiência da comissão e discorreu sobre o contexto social  da educação nos níveis regional e estadual e sobre a importância das conferências de educação que estão sendo realizadas como mecanismos de participação popular e de contribuição da sociedade para decisões que visem a melhorar o sistema educacional brasileiro. O seminário reuniu no auditório da Urca cerca de 50 pessoas, entre professores e estudantes e representantes de organizações da sociedade civil.

A Comissão de Defesa do Direito à Educação foi criada em 1998 e reúne entidades de classe, movimentos populares, organizações não governamentais, órgãos de fiscalização, comissões parlamentares, universidades, Ministério Público, Conselho de Educação do Ceará e conselhos de direito e tutelares. A comissão reivindica a universalização do acesso à escola, a igualdade de condições para a permanência no espaço escolar e a qualidade do ensino, que promovam melhor aprendizagem, mais autoestima, socialização e perspectivas para crianças e adolescentes. Uma das ações de maior visibilidade é o acompanhamento da matrícula escolar em Fortaleza.

 

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