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Marcha da Periferia realiza 6ª edição com concentração na Uece

A Marcha da Periferia chega à sua sexta edição em Fortaleza pautando o tema do extermínio da juventude. A concentração para a marcha ocorre na quarta-feira (14/11), no campus do Itaperi, da Uece, a partir das 15h, de onde os participantes seguem até a Praça da Cruz Grande, no Bairro Serrinha.

Marque presença no evento:

https://www.facebook.com/events/691705127881764/

O percurso será marcado por apresentações musicais e culturais e demais intervenções artísticas. “E se fosse seu filho ou sua filha? Todas as vidas importam” é o tema desse ano, denúncia do alto índice de assassinato de adolescentes e jovens no Estado.

Somente em 2017, 981 jovens de 10 a 19 anos foram assassinados no Ceará, de um total de 5.134 pessoas mortas no Estado. Fortaleza e Ceará são, respectivamente, capital e Estado brasileiros com maior Índice de Homicídios na Adolescência (IHA). Entre 2016 e 2017, houve aumento de 91% no número de mortes de adolescentes em Fortaleza. Destacamos neste ano o aumento também no número de feminicídios com um aumento de 196% de um ano para o outro.

A Marcha manifesta solidariedade às famílias e amigos das juventudes vítimas de chacinas que aconteceram nos últimos anos em nosso estado. Outra bandeira de luta é o repúdio ao extermínio e à violência contra a juventude negra, pobre e periférica, a quem historicamente vem sendo negados direitos básicos.

Histórico – A Marcha da Periferia ocorre em várias cidades do País e começou em São Luís (MA), chamada pelo Movimento Hip-Hop Quilombo Urbano. Em Fortaleza, a primeira edição aconteceu em 2013, reunindo diversos movimentos periféricos, de juventude e culturais. Já na sua primeira edição a Marcha pautou a denúncia do extermínio de adolescentes e jovens no marco do Dia da Consciência Negra, em memória de Zumbi dos Palmares, líder histórico da luta do povo negro no Brasil.
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Em 2017, a Marcha lembrou, na avenida Beira-Mar, os 2 anos da Chacina do Curió, que resultou na morte de 11 pessoas, em novembro de 2015. Dezenas de coletivos, grupos, movimentos e organizações organizam a marcha neste ano em Fortaleza.

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Nota de pesar pela morte de Janio Henrich

O Centro de Defesa da Criança e do Adolescente (CEDECA Ceará) vem a público manifestar enorme pesar pelo falecimento do jovem Janio Henrich.
Janio tinha 18 anos e era morador do Grande Bom Jardim. Fazia parte do grupo Jovem Agente de Paz (JAP), que atua através da cultura de paz, buscando envolver a juventude em um processo de não violência, de convivência movida pela diversidade, pelo respeito e pelo diálogo.
Em julho deste ano, Janio esteve presente junto a outros jovens e coletivos de periferia nos quatro dias da I Escola de Formação Política para a Juventude, promovida pelo CEDECA Ceará, e contribuiu enormemente com sua participação nos debates, na convivência, nos diálogos e nos sorrisos distribuídos a todos os presentes.
Nesta terça-feira (02/10), Janio foi mais uma vítima da violência que afeta especialmente jovens, negros e moradores de periferia de Fortaleza. Na V Caminhada pela Paz do Grande Bom Jardim, ele esteve conosco denunciando a violência contra essa população e clamando pela vida das juventudes.
São tempos difíceis, mas não deixemos de lutar para que o ódio, o extermínio da juventude da periferia e a falta de amor apaguem a esperança de dias melhores. Lutemos para que trajetórias como as de Janio não se tornem apenas memórias, lembranças e luto. Que as vidas de nossos jovens sejam preservadas e que seus direitos sejam garantidos.
O CEDECA Ceará se solidariza com famílias, amigos/as e demais pessoas que, mesmo com pouco tempo de convivência, acompanharam sua alegre trajetória. Que seu sorriso largo, sua gentileza, seus sonhos e sua luta estejam sempre presentes.
“Se conseguir
Aquilo que você quer
E conseguir manter
A nobreza de ser quem tu é
Tenha certeza
Que vai nascer uma planta
Que a flor vai ser de esperança
De amor pro que der e vier.”
Semente, Armadinho.
 JANIO, PRESENTE!!!

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Mística, corpo e artesania marcam atividades da primeira edição da Escola de Formação Política

Mística e espiritualidade; corpo e artesania; solidariedade com a comunidade, formação política e jornada cultural. Valores caros à educação popular e à juventude, à primeira vista de campos distintos, mas que unidos num só momento deram a tônica da I Escola de Formação Política para a Juventude, promovida pelo CEDECA Ceará. A Escola reuniu cerca de 50 jovens de coletivos e grupos organizados de Fortaleza e Interior do Estado, entre os dias 25 e 29 de julho, no Eusébio, na Região Metropolitana de Fortaleza.

A proposta da Escola foi semear entre os/as participantes o entusiasmo em tempos tão difíceis de perdas de direitos, avanço de ideologias conservadoras e de tomada do Estado.

Foram cinco dias de formações políticas, místicas, oficinas, atividades culturais e troca de saberes entre os coletivos convidados para a Escola. Tudo isso com muito espaço para criatividade, teimosia e expressão da vivência poética da juventude. A jornada teve como ponto de culminância a visita à aldeia indígena dos Jenipapo-Kanindé, em Aquiraz, no domingo (29/07), com roda de conserva com as lideranças locais sobre o estado atual da luta pela terra.

A Escola de Formação teve como eixos de discussão as origens das lutas e resistências negra e indígena no Ceará, o papel revolucionário e contestador da arte no mundo atual e um questionamento central sobre “por que lutamos”.

As dimensões do corpo, da mística e da artesania se mesclaram em atividades de formação política (manhãs), oficinas (tarde) e jornadas culturais (com Luísa Nobel, espetáculo Devoração e grupo musical “Não insistas, rapariga”), contribuindo para a proposta de imersão nos temas propostos e aguçamento dos sentidos para a leitura da realidade social e política que o País enfrenta.

O País vive um momento difícil, e os retrocessos estão acontecendo muito rápido. Isso exige de nós uma postura atenta para conversarmos mais sobre tudo isso, propondo ações de resistência e transformação. É importante entendermos bem o que está acontecendo por aí. Como conhecer os fatores que estão determinando as mudanças? Como identificar as forças sociais que podem nos conduzir a um futuro de justiça social e democracia?

Essas foram algumas das perguntas propostas pela Escola e trabalhadas pelos coletivos de jovens durante os cinco dias de atividades.

O CEDECA Ceará agradece a participação na Escola de Formação de integrantes dos seguintes coletivos, grupos e organizações: Rede Estadual de Juventudes/Cáritas, Coletivo LGBT Flor no Asfalto, Coletivo Bonja Roots, Jovens agentes de paz (JAP), Tambores do Gueto, Caririenses, Trup’irambú, Negragem, Coletivo Natora, DoisVetim, COJICE, Grupo Mucuripe da Paz, MJPOP, Fórum de Juventudes do Campo e Cidade dos Inhamuns, Coletivo Raízes da Periferia, Comuniginga, Servilost e O Pequeno Nazareno.

Agradecemos também o envolvimento de todos os/as artistas, oficineiros/as, educadores/as populares convidados/as que tornaram esse momento potente e semeador de esperanças para a juventude presente: Aline Furtado, Andréa Bardawill, Paulo Henrique Campos, Ânella Fyama, Jacqueline Lessa, Karina de Morais, Gigi Castro, Adriana Gerônimo, Luísa Nobel; Sâmia Bittencourt, Aspásia Mariana e Wellington Gadelha (espetáculo Devoração); e grupo musical “Não insistas, rapariga”.

Como escreveu a jovem Livia Vitória, do grupo Negragem, no poema “Grão de Sol”, lido na mística final do encontro:
 

“Vivam as sementes plantadas!
Vivam as mãos que semeiam.
Vivam os brotos.
E que vivam os sóis,
que giram, ensinam e revolucionam,  
esperançando e fortalecendo.
Alimentando-se dos mais fortes,
fortalecendo-se e tornando-se novos.
Resistindo a toda tentativa de captura”.

Grão de Sol, Livia Vitoria

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Brasil é questionado na OEA sobre homicídios de adolescentes negros

O Estado brasileiro terá que responder publicamente sobre os homicídios contra adolescentes, em especial os cometidos contra os jovens negros, durante audiência da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), da Organização dos Estados Americanos (OEA). Desde o início dos anos 1980, o Brasil convive com uma escalada generalizada de violência com características epidêmicas. Neste contexto, os homicídios contra crianças e adolescentes não são uma exceção. Conforme a pesquisa “Índice de Homicídios de Adolescentes (IHA) de 2014”, realizada pelo governo brasileiro em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), a cada mil adolescentes que completam 12 anos, mais de três são vítimas de homicídios antes de chegar aos 19 anos. A audiência ocorrerá nesta terça-feira, dia 08, em Santo Domingo, na República Dominicana, às 10h (horário de Brasília).

“O índice de vulnerabilidade da juventude ainda pode ser agravado pelo aumento da militarização e do encarceramento, tendo em vista a naturalização do uso das Forças Armadas através de intervenção federal ou das Operações de Garantia de Lei e Ordem (GLO), convocadas para contenção da violência, mas, na verdade, são uma falsa solução para os problemas enfrentados pelos estados, só gera mais violência e violações e militarização”, afirma Sandra Carvalho, coordenadora da ONG Justiça Global.

A situação é agravada em decorrência do racismo. A mesma pesquisa citada acima aponta que os adolescentes negros têm um risco de morte 2,88 vezes superior aos dos brancos. Os peticionários da audiência mostram também que são perceptíveis as fragilidades no processo de investigação de homicídios contra adolescentes, notadamente quando as vítimas são negras e/ou em mortes com o envolvimento de policiais, o produto disto são taxas elevadas de impunidade, reforçando o ciclo de violência. “A sociedade civil brasileira vem à Comissão Interamericana apresentar como o racismo institucionalizado é expresso no baixo índice de investigação e responsabilização de homicídios contra crianças e adolescentes negros no Brasil, inclusive quando envolve agentes do Estado”, aponta a assessora jurídica do Centro de Defesa da Criança e do Adolescente (CEDECA Ceará) Julianne Melo.

No documento apresentado à CIDH, os peticionários apresentam uma série de  violações de direitos humanos da infância que contribuem para o gravíssimo cenário de homicídios que vitimam os adolescentes, que vão desde o corte no orçamento federal de ações de Assistência Social passando pelas consequências de um laxo controle de armas de fogo. Estima-se que, no Brasil, existam cerca de 16 milhões de armas em circulação, sendo que apenas a metade delas possui registro. O risco de assassinato de um jovem por arma de fogo é 6,11 vezes maior do que por outros meios. E as violações no sistema socioeducativo, segundo levantamento do governo, entre 2013 e 2016, 182 adolescentes morreram durante o cumprimento de medida, sob a tutela do Estado.

“No que se refere ao orçamento federal, o corte para 2017 na ordem de 178 milhões em ações de Assistência Social reforça a ausência de respostas estruturais e sistemáticas do Estado brasileiro. Ao mesmo tempo, é crescente o reforço do caráter repressivo da política de segurança pública, inclusive em termos orçamentários”, reforça Julianne.

Os casos do Rio de Janeiro e Ceará são apresentados como destaques para exemplificar a situação de extermínio de jovens no país. “Um dos nossos objetivos com Audiência é romper com a invisibilidade com o contexto de letalidade juvenil no Nordeste, especialmente no Ceará. É preciso que a comunidade internacional saiba que o Estado brasileiro é violador de direitos, que ele mata e deixa morrer”, explica Mara Carneiro, integrante do Fórum Permanente das ONG’s de Defesa dos Direitos de Crianças e Adolescentes (Fórum DCA Ceará) que participará da Audiência.

As organizações peticionarias da audiência solicitam aos comissários da CIDH uma visita ao Brasil e que recomende ao Estado brasileiro a adoção de um modelo de segurança pública de baseado no respeito aos direitos humanos, com forte componente de prevenção e redução da violência, incentivando o controle interno, externo e social da atividade policial.

O pedido da audiência foi feito pelo Centro de Defesa da Criança e do Adolescente do Ceará (CEDECA – Ceará), Associação Nacional de Centros de Defesa da Criança e do Adolescente (Anced/Seção DCI), o Fórum Permanente de ONG’s de Defesa dos Direitos de Crianças e Adolescentes (Fórum DCA Ceará) e a Justiça Global.

É possível acompanhar ao vivo através do site da CIDH:  http://original.livestream.com/OASLive

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