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Posicionamento público do CEDECA Ceará em defesa da democracia

Como organização que emerge no contexto de retomada democrática pós-ditadura, o CEDECA Ceará repudia os atos golpistas de invasões e depredações registrados na praça dos Três Poderes em Brasília neste domingo (08/01). O processo eleitoral se encerrou no ano passado e, no Estado de direito, é preciso reconhecer o resultado legítimo das urnas, cabendo à sociedade a oposição em espaços democráticos de participação.

Atos golpistas, como os registrados ontem, atentam contra a democracia e a vontade soberana do povo brasileiro, que decidiu pela mudança de governo, após quatro anos seguidos de ataques aos direitos humanos e sociais da população. Atento ao momento que atravessamos, o CEDECA Ceará se une às manifestações democráticas que buscam construir caminhos de paz, diálogo e justiça. Somente pela via democrática será possível garantir direitos fundamentais da população brasileira, especialmente crianças e adolescentes, sujeitos de direito extremamente afetados pela atual crise social e econômica. Em defesa da democracia, seguimos mobilizados e mobilizadas!

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CEDECA participa de seminário estadual sobre Pnaisari

O CEDECA Ceará participou no último dia 1º/12 do  I Seminário Estadual da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde de Adolescentes Privados de Liberdade (Pnaisari): Avanços e desafios na implementação da Política de Saúde na Socioeducacão no Estado do Ceará.

A partir das discussões nos grupos de trabalho e assembleia, fomos convidadas a integrar o Grupo de Trabalho Intersetorial – GTI para pensar o plano anual da Pnaisari (2023). O GT será composto por gestores e profissionais da saúde, representantes da Superintendência do Sistema Estadual de Atendimento Socioeducativo (Seas), órgão ligado ao Governo do Estado, e de todas as unidades socioeducativas do Ceará. A primeira reunião está marcada para o dia 19/12.

Uma das representantes do CEDECA no I Seminário, Ana Cristina Lima ressalta a importância da formação continuada dos/das profissionais do sistema socioeducativo para o devido cumprimento da Pnaisari, incluindo as devidas reparações de violências físicas e psicológicas registradas nas unidades socioeducativas. “Há uma grande dificuldade das equipes do sistema socioeducativo de manejar cuidados com saúde mental. É preciso intervir para mudar esse quadro”, complementa Ana Cristina.

 

O que é a Pnaisari?

A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde de Adolescentes em Conflito com a Lei (Pnaisari) visa a articulação e a integralidade da rede de atenção à saúde e o sistema socioeducativo, objetivando a reafirmação da responsabilidade sanitária da gestão de saúde dos municípios que possuem unidades socioeducativas em seus territórios.

 

Saiba mais sobre o sistema socioeducativo em meio aberto em Fortaleza nesta publicação recente do CEDECA Ceará:

 

 

 

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CEDECA constrói política de igualdade racial

O CEDECA Ceará está finalizando a construção da Política de Igualdade Racial (PIR) da organização. Foram diversos encontros em 2022 em que a equipe técnica se reuniu para debater a temática do enfrentamento ao racismo. Até o fim do ano, deve ser aprovada a versão final da Política.

Acreditamos que a prática de posturas antirracistas em um país como o nosso deve se dar em todos os âmbitos, incluindo os espaços institucionais das organizações da sociedade civil. Mônica Oliveira, educadora e consultora de desenvolvimento institucional e enfrentamento ao racismo, contou pra gente um pouco sobre o processo de elaboração da PIR. Confira no vídeo abaixo:

Na avaliação de Mônica, a iniciativa do CEDECA Ceará pode  influenciar outras instituições a fazerem processos similares, o que tem impacto no combate ao racismo no Brasil

“É preciso destacar que a natureza do trabalho que o CEDECA realiza e o perfil do público com o qual o CEDECA trabalha são os principais elementos que têm um peso nessa decisão do CEDECA de construir uma política de promoção da igualdade racial. O CEDECA trabalha com públicos majoritariamente negros e daí trabalhar a dimensão racial, trabalhar a perspectiva de combate ao racismo, é fundamental para que o trabalho do CEDECA tenha cada vez mais efetividade”, descreve a educadora.

Mônica cita como pontos positivos do processo, a construção coletiva envolvendo todo o conjunto da equipe, os diferentes núcleos, debatendo as diferentes expertises e a experiência acumulada de vários setores da instituição.

“O CEDECA dá um sinal politicamente de peso quando assume a incorporação da perspectiva racial e estabelece estratégias de combate ao racismo, porque o CEDECA é uma instituição de referência nacionalmente, que também tem uma atuação no nível internacional, com a defesa dos direitos de crianças e adolescentes”, aponta Mônica Oliveira.

Amanda Oliveira, assessora jurídica do CEDECA Ceará, explica que o processo de construção da política começou no início do ano, com a formação de uma comissão de igualdade racial formada exclusivamente por pessoas negras. O trabalho levou em conta as dimensões interna e externa do trabalho, envolvendo o público atendido, os parceiros e as relações institucionais

“A partir do trabalho dessa comissão, foi possível articular processos formativos, assim como momentos de discussão, que visaram sobretudo estabelecer as diretrizes dos objetivos do que queremos com essa política”, detalha Amanda.

 

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Mística, corpo e artesania marcam atividades da primeira edição da Escola de Formação Política

Mística e espiritualidade; corpo e artesania; solidariedade com a comunidade, formação política e jornada cultural. Valores caros à educação popular e à juventude, à primeira vista de campos distintos, mas que unidos num só momento deram a tônica da I Escola de Formação Política para a Juventude, promovida pelo CEDECA Ceará. A Escola reuniu cerca de 50 jovens de coletivos e grupos organizados de Fortaleza e Interior do Estado, entre os dias 25 e 29 de julho, no Eusébio, na Região Metropolitana de Fortaleza.

A proposta da Escola foi semear entre os/as participantes o entusiasmo em tempos tão difíceis de perdas de direitos, avanço de ideologias conservadoras e de tomada do Estado.

Foram cinco dias de formações políticas, místicas, oficinas, atividades culturais e troca de saberes entre os coletivos convidados para a Escola. Tudo isso com muito espaço para criatividade, teimosia e expressão da vivência poética da juventude. A jornada teve como ponto de culminância a visita à aldeia indígena dos Jenipapo-Kanindé, em Aquiraz, no domingo (29/07), com roda de conserva com as lideranças locais sobre o estado atual da luta pela terra.

A Escola de Formação teve como eixos de discussão as origens das lutas e resistências negra e indígena no Ceará, o papel revolucionário e contestador da arte no mundo atual e um questionamento central sobre “por que lutamos”.

As dimensões do corpo, da mística e da artesania se mesclaram em atividades de formação política (manhãs), oficinas (tarde) e jornadas culturais (com Luísa Nobel, espetáculo Devoração e grupo musical “Não insistas, rapariga”), contribuindo para a proposta de imersão nos temas propostos e aguçamento dos sentidos para a leitura da realidade social e política que o País enfrenta.

O País vive um momento difícil, e os retrocessos estão acontecendo muito rápido. Isso exige de nós uma postura atenta para conversarmos mais sobre tudo isso, propondo ações de resistência e transformação. É importante entendermos bem o que está acontecendo por aí. Como conhecer os fatores que estão determinando as mudanças? Como identificar as forças sociais que podem nos conduzir a um futuro de justiça social e democracia?

Essas foram algumas das perguntas propostas pela Escola e trabalhadas pelos coletivos de jovens durante os cinco dias de atividades.

O CEDECA Ceará agradece a participação na Escola de Formação de integrantes dos seguintes coletivos, grupos e organizações: Rede Estadual de Juventudes/Cáritas, Coletivo LGBT Flor no Asfalto, Coletivo Bonja Roots, Jovens agentes de paz (JAP), Tambores do Gueto, Caririenses, Trup’irambú, Negragem, Coletivo Natora, DoisVetim, COJICE, Grupo Mucuripe da Paz, MJPOP, Fórum de Juventudes do Campo e Cidade dos Inhamuns, Coletivo Raízes da Periferia, Comuniginga, Servilost e O Pequeno Nazareno.

Agradecemos também o envolvimento de todos os/as artistas, oficineiros/as, educadores/as populares convidados/as que tornaram esse momento potente e semeador de esperanças para a juventude presente: Aline Furtado, Andréa Bardawill, Paulo Henrique Campos, Ânella Fyama, Jacqueline Lessa, Karina de Morais, Gigi Castro, Adriana Gerônimo, Luísa Nobel; Sâmia Bittencourt, Aspásia Mariana e Wellington Gadelha (espetáculo Devoração); e grupo musical “Não insistas, rapariga”.

Como escreveu a jovem Livia Vitória, do grupo Negragem, no poema “Grão de Sol”, lido na mística final do encontro:
 

“Vivam as sementes plantadas!
Vivam as mãos que semeiam.
Vivam os brotos.
E que vivam os sóis,
que giram, ensinam e revolucionam,  
esperançando e fortalecendo.
Alimentando-se dos mais fortes,
fortalecendo-se e tornando-se novos.
Resistindo a toda tentativa de captura”.

Grão de Sol, Livia Vitoria

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