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[Nota pública Fórum DCA/CE] Unidades de internação no Ceará são barris de pólvora: Governador, se pronuncie!

No último final de semana houve novamente um motim no Centro Educacional Patativa do Assaré, unidade de internação de adolescentes, localizada em Fortaleza. Essa foi, pelo menos, a 16ª rebelião de internos contabilizada pelo Fórum DCA, no ano de 2014, e a terceira no mês de novembro nesta mesma unidade. No total, houve 03 fugas em massa que envolveram cerca de 100 adolescentes, o que significa aproximadamente 10% do contingente de internos.

O estado do Ceará está em 3º lugar no ranking dos Estados de maior superlotação, as unidades de internação e semi-liberdade têm a taxa de ocupação média de 200%, havendo algumas que funcionam com quase o triplo da sua capacidade. A tortura apresenta-se como uma prática institucionalizada de contenção disciplinar, tanto por meio do isolamento compulsório de adolescentes, conhecido como “tranca”, como por outras práticas comissivas (agressões físicas) e omissivas (negativa de água para o consumo), de agentes do estado junto aos adolescentes internos, além da suspensão das visitas e incomunicabilidade com familiares. Tem se tornado recorrente este ano o ingresso de forte aparato policial nas unidades como forma de “solucionar” os conflitos, algumas das vezes sem que tenha sido autorizado por autoridade competente. Devido a essa situação há hoje duas unidades parcialmente interditadas, 01 em virtude de uma ACP da Defensoria Pública (Dom Bosco) e outra por portaria do juiz da vara de execução de medidas (Patativa do Assaré). Por outro lado, há uma unidade cujas obras de conclusão estão paradas há mais de dois anos no Canindezinho.

Nas últimas rebeliões alguns dos adolescentes internos têm serrado as grades. Resta saber: como as serras estão entrando nessas unidades e chegando as mãos dos adolescentes? Por intermédio de quem estão chegando? Quem está permitindo isso? Além das serras, isqueiros e até mesmo armas de fogo tem entrado nas unidades! Nos 08 anos em que estamos monitorando a política socioeducativa no Ceará, nunca vivenciamos um ano tão crítico quanto este! Apesar disso, não se viu qualquer manifestação do governador do Estado a esse respeito.

Uma tragédia de maiores proporções vem se anunciando dia após dia, a cada novo conflito! Inúmeras denúncias e pedidos de providências vêm sendo feitos e reiterados pela sociedade civil no cumprimento de seu papel. É necessário e urgente uma posição pública do governador do Estado frente a essa questão!

Fortaleza, 01 de dezembro de 2014.

Fórum Permanente das ONGs de Defesa dos Direitos de Crianças e Adolescentes do Ceará (Fórum DCA/CE)

Para acessar a nota em pdf clique aqui.

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Em Fortaleza, Renade inicia elaboração de relatório sobre as unidades socioeducativas no Brasil

Seminário Monitoramento SSE

A elaboração do Relatório Nacional sobre as Unidades Socioeducativas de Privação de Liberdade, realizado pela Renade – Rede Nacional de Defesa do Adolescente em Conflito com a Lei, em parceria com o Conanda – Conselho Nacional dos Direitos da Criança e Adolescente, inicia nesta quarta-feira, 8, em Fortaleza, Ceará.

Em missão na Capital cearense, a comitiva da Renade participa no dia 8 de outubro de duas reuniões, uma com atores locais do FDCA – Fórum Permanente das ONGs de Defesa dos Direitos das Crianças e Adolescentes e outra com o Subdefensor Público Geral do Ceará, Dr. Túlio Iumatti.

Na quinta-feira, 9, a Renade realiza visita em Unidade Socioeducativa de Fortaleza. “Esta missão tem como objetivo produzir um relatório nacional sobre a situação  dos adolescentes inseridos no sistema socioeducativo e será apresentado para instâncias nacionais do sistema de justiça: CNMP – Conselho Nacional do Ministério Público, CNJ – Conselho Nacional de Justiça, CONDEGE – Colégio Nacional dos Defensores Públicos Gerais, Comitê Nacional de Prevenção e Combate à Tortura e Conanda e ainda para o movimento regional e internacional de direitos humanos de crianças e adolescentes”, enfatiza a coordenadora colegiada da Anced/DCI Brasil – Associação Nacional dos Centros de Defesa dos Direitos da Criança e Adolescente, Mônica Brito.

No total, serão visitados 13 estados no período de oito meses. Até dezembro, serão realizadas vistorias em mais seis unidades dos seguintes estados: Maranhão, Tocantins, Alagoas, Espírito Santo e Pernambuco. A próxima visita acontece nos dias 23 e 24 de outubro, em São Luís, Maranhão.

O relatório é uma das atividades do Projeto “Assegurar o respeito aos direitos humanos na justiça juvenil”, quem tem como objetivo contribuir para a efetivação da justiça juvenil no tocante à legislação nacional e aos tratados internacionais vigentes para garantir o exercício pleno dos direitos dos/as adolescentes inseridos no sistema socioeducativo.

“Vamos elaborar uma matriz nacional com parâmetros orientadores das vistorias nas Unidades de Internação, para tanto produziremos e deixaremos à sociedade como legado ao final do projeto um manual orientador sobre os princípios e metodologia indicada a este tipo de monitoramento, bem como um questionário direcionador das questões a serem levantadas junto à Direção e profissionais da Unidade, aos adolescentes internados e seus familiares”, informa a consultora da Renade responsável pelo Relatório, Tatiane Cardoso.

Seminário

Realizado pelo FDCA, a Renade participa na sexta-feira, 10, do Seminário de lançamento do Monitoramento do Sistema Socioeducativo: liberdade assistida, privação de liberdade e Sistema de Justiça, que acontece a partir das 9 horas no auditório da Justiça Federal do Ceará.

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Fórum DCA apresenta monitoramento preliminar do Sistema Socioeducativo à Comissão Intersetorial do SINASE

Na última quarta-feira (03), em reunião da Comissão Intersetorial do SINASE (Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo), entidades que compõe o Fórum DCA apresentaram os dados do monitoramento realizado nos anos de 2013 e 2014 sobre as condições do serviço de liberdade assistida em Fortaleza. Para coleta de informações o Fórum DCA realizou visitas sistemáticas aos locais onde o serviço é executado (CREAS).

Baixe o documento completo aqui

Os dados colhidos revelam uma realidade alarmante, uma vez que o número de profissionais não é suficiente para atender a quantidade de adolescentes encaminhados para cumprir medida socioeducativa pelo Poder Judiciário. Outra fragilidade verificada foi a demora nos atendimentos presenciais aos(às) adolescentes e suas famílias, o acompanhamento que deveria ser semanal, na maioria dos serviços, é mensal e em alguns serviços bimestral.

O que é Liberdade Assistida?

A medida socioeducativa de liberdade assistida (LA) é uma medida de grande relevância, pois serve aos adolescentes que cometeram atos infracionais leves. Através da LA, deverão ter acesso a um trabalho contínuo e a uma mudança de rotina, pois a liberdade assistida, quando aplicada, é de cumprimento obrigatório e durante o período de vigência deve existir o acompanhamento familiar, escolar, psicossocial e a possibilidade de transformação da realidade de vida do adolescente, para que não haja reincidência em atos infracionais, conforme prevê o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo – SINASE (Lei Federal n° 12.594).

Comissão exige equipe interdisciplinar para as Varas da Infância e Juventude

Ainda na reunião, a Comissão definiu por protocolar ofício no Tribunal de Justiça cobrando informações sobre a utilização de recursos orçamentários para contratação de equipe interdisciplinar para as Varas da Infância e Juventude de Fortaleza.

O pedido vem exigir que o Tribunal cumpra o provimento de n° 36/2014 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que exige a estruturação do atendimento interdisciplinar na Justiça da Infância e Juventude até o dia 05 de agosto de 2014. O prazo para cumprimento do provimento já foi extrapolado pelo Tribunal cearense.

Comissão Intersetorial do SINASE

Criada em 2009, por solicitação do Fórum DCA, a comissão conta com participação da Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social (STDS), responsável pela administração das unidades, Poder Judiciário, Ministério Público, Defensoria Pública e organizações civis da área da infância.

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