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#ParaTodosVerem Cards nas cores azul, amarelo, vermelho e branco, com imagens gráficas de lápis, peças de quebra-cabeça e mãos. Texto em destaque: Inscreva-se na SAM 2023. Texto abaixo: Para não retroceder: PNE pra valer as desigualdades enfrentar, o financiamento descolonizar!

Semana de Ação Mundial abre inscrições para maior atividade pela educação do planeta

A 20ª Semana de Ação Mundial, maior ação coletiva em prol da educação do planeta, vai acontecer entre os dias 19 e 26 de junho e está com as inscrições abertas até 15 de maio!

Faça a sua inscrição para receber os materiais da Semana de Ação Mundial 2023. Para isso, basta acessar o site da semana semanadeacaomundial.org . Acompanhe as novidades nas redes sociais da Campanha Nacional Pelo Direito à Educação.

De 2003 a 2022, a Semana já mobilizou mais de 90 milhões de pessoas em todo o mundo, sendo cerca de 2 milhões de pessoas apenas no Brasil.

Como acontece a cada edição, a Campanha Nacional pelo Direito à Educação, como realizadora da SAM, fará o envio gratuito de materiais e certificados aos participantes.

➡️ INSCREVA SUA ATIVIDADE: https://semanadeacaomundial.org/

Com o tema “Descolonização do financiamento da educação e o último ano do Plano Nacional de Educação (2014-2024)”, a SAM 2023 vai promover a participação democrática e a mobilização popular em torno da renovação do PNE, mostrando a importância da atualização da Lei do PNE sem retrocessos, com ousadia para a garantia de uma educação pública de qualidade a todas as pessoas.

Acesse o portal da SAM 2023 e baixe os materiais para divulgação virtual e já comece a mobilização para suas atividades. Basta acessar a aba “Materiais” do site.

Assim que realizar as atividades, a/o participante deve postar as fotos, vídeos e relatos. E use sempre as nossas hashtags!

#SAM2023 #DescolonizaFinanciamento #PNEpraValer #SemRetrocessoComOusadia

Vem pra SAM 2023!

 

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Para enfrentar a violência: mais direitos e menos armas

Os episódios trágicos de violência nas escolas têm nos devastado profundamente. Ao mesmo tempo, tem nos revelado os impactos de uma sociedade fortemente marcada pelo aumento do discurso de ódio, pela legitimação de comportamentos agressivos e pelo avanço do ultraconservadorismo e extremismo de direita . Como ponto de partida, acreditamos que para avançarmos na proteção de crianças e adolescentes, bem como de toda a comunidade, e no enfrentamento da violência no ambiente escolar precisamos refletir profundamente sobre as causas desse problema.

Nos últimos 20 anos, foram contabilizados 23 ataques com violência em escolas no Brasil, de acordo com a pesquisa feita pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Destaca-se que episódios como esses não foram registrados em anos anteriores . Então, se esse fenômeno é recente, que contexto o Brasil vivenciou no último período?

Devido às medidas de relaxamento no porte de armas aprovadas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, o número de pessoas com licenças de porte aumentou 473% em quatro (04) anos. Em 2018, havia 117.400 registros ativos para Caçador, Atirador Desportivo e Colecionador (CAC), e em junho de 2022 atingiu 673,8 mil, o maior valor da série histórica desde 2005 . Os dados são do Anuário de Segurança Pública, com base em informações do Exército.

Outro fato relevante, é o aumento de representantes da chamada “bancada da bala” em espaços de poder no Brasil. A exemplo, de acordo com o estudo do Instituto Sou da Paz, em 2022 foram eleitos para o Congresso Nacional e para as Assembleias, um total de 103 representantes que tinham passagem pelas Forças Armadas e pelas Polícias .

Em paralelo, é fundamental considerar que as Políticas de Assistência Social e as Políticas de Saúde no Brasil sofreram cortes orçamentários significativos e impactos da austeridade nos últimos anos , o que agravou as vulnerabilidades sociais, no contexto da pandemia, vivenciados por crianças e adolescentes, e pela população em geral. Essas políticas na vida concreta das famílias, por exemplo, significa o acesso aos equipamentos do CRAS, CREAS, CAPS, e que tornam possível a inserção das mesmas em programas sociais, bem como o acesso à atendimento psicossocial, psicológico e psiquiátrico.

Não por acaso, é preciso também resgatar um pouco antes que, a partir de 2014, o país vivenciou o surgimento de movimentos como o denominado “Escola Sem Partido”, vinculado a organizações de extrema direita. Esse período ficou marcado pelo avanço do ultraconservadorismo na educação, sobretudo pela tramitação de projetos de lei em todo o Brasil para proibir que os temas relacionados à “gênero” e “sexualidade” fossem discutidos nas escolas. Além disso, esses grupos provocaram graves ataques aos direitos de crianças e adolescentes, à laicidade da escola, à liberdade de aprender e ensinar, ao pluralismo de ideias e à gestão democrática do ensino.

Outras medidas aprovadas como a “Reforma do Ensino Médio – em 2017 ” e o “Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares – PECIM – em 2019 ” também são elementos relevantes a serem analisados. Essas políticas são exemplos de esvaziamento do papel social da Escola na formação humana de crianças e adolescentes. Representaram a retirada do pensamento crítico, da diversidade, da problematização, da possibilidade da escola ser um espaço coletivo de partilhas e aprendizados. Na sociedade em que a gente vive, que é uma democracia, o investimento público deve priorizar políticas públicas que combinem educação de qualidade, democracia e direitos humanos. A aposta em um modelo de escola como o que estabelece o Novo Ensino Médio e/ou o PECIM é uma aposta em uma educação antidemocrática e autoritária, e que é terreno fértil para a violência nas escolas.

Quando tragédias de violência em escolas acontecem, há uma tendência a serem adotados discursos acalorados em defesa da adoção de uma política de segurança ostensiva e do recrudescimento do Estado. No entanto, a partir da compreensão de que a violência é um fenômeno multifacetado e que se relaciona diretamente com os contornos políticos em disputa, devemos avançar no debate sobre medidas que sejam capazes de construir transformações sociais, e que intervenham nas causas do problema.

Devemos aprender com a história: as políticas ostensivas de segurança não vão impedir que esses fenômenos aconteçam. Nos EUA, após o massacre de Columbine em 1999, houve um investimento altíssimo em policiamento, e em vigilância e fiscalização nas escolas. No entanto, os dados revelaram novos episódios de tiroteio e de estudantes que experienciaram a violência armada. A escola, portanto, deve ser um espaço de acolhimento para crianças e adolescentes, profissionais e comunidade escolar, e não um espaço de vigilância e fiscalização.

O Estado deve garantir que a escola, para além da sua relevância e da função principal para a garantia do constitucional direito à educação, tenha todas as condições de desenvolver o importante papel social para as crianças e adolescentes, bem como para todas as comunidades, como espaço de proteção, de prevenção à violência, de promoção da segurança alimentar, de sociabilidade, de acolhimento das diversidades e de superação das suas vulnerabilidades.

Apesar de contarmos com dispositivos legais que reconhecem os diferentes perfis socioculturais, étnicos e raciais dentro do ambiente escolar, no cotidiano diversos estudantes sofrem as terríveis consequências produzidas por anos de uma extrema-direita alavancada. Entre a população negra, dados recentes demonstram que a desigualdade educacional, segue identificada através de um marcador racial. Conforme levantado na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – PNAD Educação 2019, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, 71,7% dos jovens fora da escola são negros, e apenas 27,3% destes são brancos. Importante pontuarmos que dentro de um Estado atravessado por políticas de extermínio da população jovem e negra, a educação deve despontar enquanto prioridade absoluta para impedir o recrudescimento da violência, seja ela de ordem física ou subjetiva, considerando que os efeitos do racismo, discriminação e intolerância afeta consideravelmente o desenvolvimento pedagógico de grupos historicamente marginalizados.

Diante de todo esse contexto, é preciso também refletir: “quem está mais vulnerável a essas situações?”. Em sua maioria, os casos de violência nas escolas no Brasil foram protagonizados por jovens do sexo masculino, brancos, que cultuavam armas, que tiveram experiências de sofrimento e violência no ambiente da escola, que apresentavam comportamos de isolamento social e de adoecimento mental. Essas características comuns refletem como o machismo – e a masculinidade tóxica, a misoginia, a discriminação, afetam a vida de crianças e adolescentes e as comunidades. Compreendemos que a família, a sociedade e o Estado possuem o dever fundamental de combater as opressões e a exclusão escolar.

O nosso campo de organizações e movimentos de direitos humanos, que defende o direito à educação pública, gratuita e de qualidade, tem propostas concretas. Fortalecemos as recomendações da Campanha Nacional pelo Direito à Educação para o enfrentamento da violência nas escolas , que envolve ações integradas da família, da sociedade e do Estado. Defendemos mais direitos e políticas sociais para crianças e adolescentes, para profissionais da educação e para as comunidades. E afirmamos que não aceitaremos viver em uma sociedade que cultua às armas e que mata crianças e adolescentes. Que as escolas sejam espaços de proteção, de inclusão e livres de violência.

[1] Disponível em: <https://media.campanha.org.br/acervo/documentos/Relatorio_ExtremismoDeDireitaAtaquesEscolasAlternativasParaAcaoGovernamental_RelatorioTransicao_2022_12_11.pdf>. Acesso em: 05/04/2023.

[2] Disponível em: <Estudo inédito mostra que Brasil teve pelo menos 23 ataques violentos a escolas desde 2002 | Blog da Andréia Sadi | G1 (globo.com)>. Acesso em: 05/04/2023.

[3] Disponível em: <https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2022/06/28/licencas-para-armas-crescem-quase-cinco-vezes-no-governo-bolsonaro-exercito-tem-674-mil-autorizacoes-ativas-mostra-anuario.ghtml>. Acesso em: 05/04/2023.

[4] Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2022/10/bancada-da-bala-tera-mais-de-cem-representantes.shtml>. Acesso em: 05/04/2023.

[5] Disponível em: <https://www.inesc.org.br/balanco-do-orcamento-2019-2021-revela-desmonte-generalizado-de-politicas-sociais-diz-inesc/>. Acesso em: 05/04/2023.

[6] Disponível em: <https://media.campanha.org.br/acervo/documentos/CARTA_ABERTA_EM_DEFESA_DA_REVOGACAO_DA_REFORMA_DO_ENSINO_MEDIO_final-1.pdf>. Acesso em: 05/04/2023.

[7] Disponível em: <https://campanha.org.br/noticias/2019/10/03/nota-de-repudio-na-contramao-do-nordeste-a-adesao-do-governo-do-estado-do-ceara-ao-programa-nacional-das-escolas-militares/>. Acesso em: 05/04/2023.

[8] Disponível em: <https://campanha.org.br/acervo/relatorio-ao-governo-de-transicao-o-ultraconservadorismo-e-extremismo-de-direita-entre-adolescentes-e-jovens-no-brasil-ataques-as-instituicoes-de-ensino-e-alternativas-para-a-acao-governamental/>. Acesso em: 05/04/2023.

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CEDECA Ceará divulga resultado da seleção para estágio em Arte-Educação

Atualização em 29/03/2023

O CEDECA Ceará comunica que a pessoa selecionada para estágio em arte-educação é Vanderlei Gastino de Paula. A instituição agradece a todas as pessoas que demonstraram interesse em fazer parte da equipe.

Fortaleza, 29/03/2023

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Atualização em 28/03/2023

O CEDECA Ceará comunica que o resultado da seleção para estágio em arte-educação previsto para ser anunciado na terça-feira (28/3) foi adiado para quarta-feira (29/3).

A Comissão Julgadora,

Fortaleza, 28 de março de 2023

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Atualização em 24/03/2023

Conforme previsto em edital e cronograma atualizado, as entrevistas e prova escrita (estilo redação) serão realizadas no dia 27 de março de 2023 (segunda-feira) na sede do CEDECA Ceará (Rua Deputado João Lopes, 83, Centro) de acordo com os seguintes horários:

13h Brena Kelly Garcia Guerra
13h30 Eduardo Costa de Sousa
14h Gregório Barbosa de Souza
14h30 Lorena Lobo de Souza
Intervalo
15h30 Maria Jessiane Santana das Neves
16h Miguel Emanuel Furtado da Silva
16h30 Vanderlei Gastino de Paula

Comissão Julgadora
Fortaleza, 24 de março de 2023.

Atualização em 15/03/23

A Comissão Julgadora do processo seletivo do estágio em Arte-Educação divulga correção no Cronograma previsto no edital 01º/23, que passa a vigorar com as seguintes datas:

Inscrição 06 a 22 de março de 2023
Resultado da 1° fase 24 de março de 2023
Segunda fase 27de março de 2023
Resultado final 28 de março de 2023
Inicio 10 de abril de 2023

Fortaleza, 15 de março de 2023

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O CEDECA Ceará recebe até o dia ̶1̶5̶ ̶d̶e̶ ̶m̶a̶r̶ç̶o̶ ̶d̶e̶ ̶2̶0̶2̶3̶   22 de março (novo prazo) candidaturas para uma vaga de estágio em Arte-Educação.

A proposta de estágio busca envolver estudantes comprometidos com a missão e objetivos da instituição, com interesse no reconhecimento e defesa dos direitos humanos de crianças e adolescentes e em sintonia com os métodos e as estratégias da entidade.

O CEDECA Ceará incentiva candidaturas de pessoas negras, mulheres, LGBTQIAP+ e pessoas com deficiência. Candidaturas neste perfil terão prioridade, considerando os requisitos dispostos no edital

Para se candidatar é preciso:

1) Ter 18 anos completos;
2) Estar regularmente matriculada/o em cursos de graduação nas áreas de Teatro, Dança, Cinema, Artes Visuais, Música entre outros cursos afins da área de Artes;
3) Haver cursado, no mínimo, 60 créditos curriculares.
4) Ter alguma experiência com movimentos sociais e/ou projetos comunitários para crianças e adolescentes.
5) Disponibilidade para atividades no turno da noite e, eventualmente, aos sábados.

As candidaturas devem ser enviadas por e-mail e seguir as instruções do edital 01/2023, disponível no link abaixo:

Edital 01.23 Arte-Educacao Estagio

Anexo Edital 01.23

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Comunidades tradicionais de Caucaia ocupam Secretaria da Educação

Os Povos Anacé e Tapeba, junto de quilombolas e povos do campo, professores, professoras, crianças e adolescentes, ocuparam nesta quarta (1º/3) a Secretaria Municipal de Educação de Caucaia reivindicando educação de qualidade e respeito.

Após manha e tarde de negociação, que contou com a presença do CEDECA Ceará e do Escritório Frei Tito, a Prefeitura de Caucaia se comprometeu a cumprir até sexta-feira (3/3) pelo menos duas das reivindicações: merenda nas escolas e transporte escolar.

Na ocasião, os manifestantes apresentaram ainda demandas a condições pedagógicas, infraestrutura de escolas, dentre outras. Os povos indígenas, quilombolas e do campo seguem na luta por uma educação de qualidade e por mais respeito.

Saiba como foi a ocupação neste vídeo:

Este tema repercutiu em matérias do G1, O Povo e Rádio Universitária FM

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CEDECA Ceará e MPCE ganham Ação contra Município de Fortaleza

O Tribunal de Justiça do Estado do Ceará (TJCE) negou o recurso de Apelação do Município de Fortaleza, confirmando, em segunda instância, que o Município deve ampliar a oferta de creches para crianças de 0 a 5 anos, incluindo berçários e atendimento em tempo integral quando necessário. A decisão atende Ação Civil Pública (ACP) protocolada em 2019 pelo Centro de Defesa da Criança e do Adolescente (CEDECA Ceará) e o Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE).

A decisão de 1º grau, que agora foi confirmada, determinou que o Município de Fortaleza:

1) Garanta o direito de acesso à educação infantil em creches a crianças com idades de zero a cinco anos, inclusive com berçários.
2) Amplie progressivamente o número de vagas por ano (mínimo de 1 mil vagas por ano), fornecendo e mantendo vagas suficientes que atendam as crianças que estão na lista de espera. Multa de R$ 10 mil reais por dia em caso de descumprimento.
3) Garanta para crianças de 0 a 5 anos, creches já abrangidas pelo sistema de turno integral, o direito à manutenção/renovação das respectivas matrículas.
4) Promova, no caso de impossibilidade de atendimento ao item 1, a disponibilização de vagas em escolas conveniadas.
5) Comunique ao Juízo o número de matrículas realizadas e o número de remanescentes, originadas da obrigação imposta ao item 1.
6) Disponibilize, através de meio oficial, publicação de relatório de cumprimento da presente decisão, a ser atualizada semestralmente.
7) Estabeleça nas leis orçamentárias PPA, LDO e LOA, ações específicas destinadas ao cumprimento do plano de ampliação, prevendo e executando recursos em montante suficiente à viabilização da sua execução, incluindo-se nos exercícios seguintes após o trânsito em julgado da sentença.

O caso

A ACP foi proposta diante da insuficiência de vagas para atendimento nesse modelo de unidade de educação que chegava a 7.725 em 2018. À época, número aumentava a cada ano e já era 192% maior que o registrado em 2014, de acordo com dados disponíveis no Sistema de “Registro Único” da Secretaria Municipal da Educação de Fortaleza (SME). Ao longo do processo, o CEDECA Ceará apresentou fatos novos no que se refere aos dados atualizados sobre o aumento da insuficiência de vagas: em 2020 a demanda reprimida contabilizou 9.470 crianças sem vagas, enquanto em 2021 a demanda reprimida contabilizou 8.625 crianças.

Na ACP, o CEDECA e o MPCE solicitavam que a Justiça determinasse que o Município apresentasse e cumprisse integralmente plano de ampliação de vagas em creche, divulgando a quantidade de vagas em tempo integral a serem criadas na rede, anualmente, até 2025. O plano deveria delinear a oferta a ser disponibilizada com a construção de novos Centros de Educação Infantil, com a reforma/reestruturação dos Centros já existentes e com a ampliação do número de instituições conveniadas, além do atendimento da demanda de berçário (0 a 1 ano).

Decisão é emblemática

Importante mencionar que tal decisão do TJCE está em acordo com a tese de repercussão geral recente do Supremo Tribunal Federal (STF) que estabeleceu recentemente o dever constitucional do Poder Público de assegurar o atendimento em creche e pré-escola às crianças de 0 até 5 anos de idade. Dessa forma, a Ação Civil Pública do CEDECA Ceará é “emblemática” na medida em que conseguiu reforçar a compreensão de que uma decisão do Judiciário determinado o cumprimento do direito à educação infantil (bem como a previsão de recurso/orçamento público para tal) não pode ser considerada uma intromissão no Poder Executivo, ou seja, não há que se falar em ofensa ao princípio da separação dos poderes. Ademais, destaca-se que a oferta de creche é imprescindível para assegurar às famílias condições concretas de ingressar ou retornar ao exercício do direito ao trabalho. O direito à creche é um direito da criança, porém, cumpre um papel social fundamental, sobretudo às mulheres que são mães.

SAIBA MAIS

O CEDECA Ceará produziu em 2020 uma Nota Técnica sobre Educação Infantil em Fortaleza. Confira no link abaixo:

63% das crianças de 0 a 3 anos estão fora da creche em Fortaleza

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CEDECA Ceará assessora comunidade de Itapipoca prejudicada no acesso à educação

O Centro de Defesa da Criança e do Adolescente do Ceará (CEDECA Ceará) está assessorando profissionais da educação, famílias e estudantes da rede municipal de Itapipoca prejudicados pela Portaria 34/2023 da Prefeitura de Itapipoca, que remaneja estudantes do 6º ao 9º para escolas até 10 quilômetros de suas casas. De acordo com a comunidade, a decisão prejudica um total de  38 estudantes. Na quinta-feira (9/02), o Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) recomendou a suspensão da Portaria, que tem afetado pelo menos sete unidades escolares de sete distritos do município.

O impacto na vida das famílias

A decisão da Prefeitura impacta na vida pessoas como Maria* (nome fictício para preservar a fonte), mãe de uma criança e uma adolescente. “Moramos hoje ao lado da escola e com o remanejamento elas vão sair mais cedo de casa, vão se descolar cerca de uma hora de ônibus para ir e outra para voltar. Muitas vezes elas vão sair sem ter almoçado, porque eu trabalho, o pai delas trabalha, tem a questão de estar com o almoço pronto na hora para elas saírem bem antecipado”, ressalta. A mãe também aponta outros riscos para as crianças e adolescentes. “Quando essa criança chegar na escola já teve um desgaste da viagem. Como as estradas são de péssima qualidade, vai ter dias que o transporte vai quebrar”.

Em outra família, uma adolescente de 13 anos será remanejada para cerca de sete quilômetros de sua casa. “A estrada não está em boas condições, principalmente no inverno já que a piçarra vira lama e o transporte escolar muitas vezes atola a ponto das crianças ficarem no meio do caminho”, diz uma mãe que também pediu para não ser identificada.

A comunidade realizou reuniões com centenas de famílias, colheu mais de 600 assinaturas contra a decisão da Prefeitura e acionou o Ministério Público.

O CEDECA Ceará oficiou a 3ª Promotoria de Justiça de Itapipoca e acompanha o caso. A assessora técnica do CEDECA Ceará, Laryssa Figueiredo, afirma que a decisão da Prefeitura ignora o que diz a lei. “Para fazer as transferências e a nucleação em escolas do campo, de assentamento rural ou quilombolas, é preciso fazer uma consulta às comunidades que vão ser afetadas. Isso porque deve-se priorizar ao máximo que a educação aconteça no território em que o aluno e sua família encontram-se assentados”.

O Diário do Nordeste repercutiu o caso. Acesse a matéria aqui 

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