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Representante de Save no Brasil visita CEDECA

O diretor do escritório no Brasil de Save the Children América Latina e Caribe, Alessandro Tuzza, esteve no CEDECA Ceará nesta quinta (25/05). Alessandro se reuniu com a Coordenação Geral e coordenadores e coordenadoras de núcleos da organização, de quem ouviu detalhes sobre nossa atuação, e visitou dois equipamentos culturais da cidade (Biblioteca Pública Estadual do Ceará e Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura) junto a adolescentes e jovens acompanhados pelo CEDECA em três territórios da cidade (Pirambu, Bom Jardim e Ancuri/Jangurussu).

A visita foi uma oportunidade de estreitar laços com a Save the Children, parceira histórica do CEDECA Ceará. Além disso, foi possível compartilhar experiências de atuação e ampliar a compreensão sobre o retorno do escritório de Save the Children ao Brasil e suas temáticas prioritárias de atuação.

O CEDECA Ceará parabeniza a reabertura do escritório de Save the Children América Latina e Caribe no Brasil e a decisão institucional de realizar visitas às organizações parceiras no Brasil, o que amplifica o debate cívico sobre temas prioritários na garantia dos direitos de crianças e adolescentes.

Alessandro Tuzza comenta  sobre suas impressões durante a visita neste vídeo

 

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CEDECA Ceará denunciará na ONU violência contra pessoas negras no Brasil

O Centro de Defesa da Criança e do Adolescente (CEDECA Ceará) participará de 30 de maio a 2 de junho do Fórum Permanente de Afrodescendentes da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque (EUA). No evento, dois pontos serão destacados pela instituição brasileira: a brutalidade policial e as violações dentro do sistema socioeducativo, ambos exemplos de violência e violações que vitimam principalmente crianças e adolescentes negros e negras.

Alta letalidade, tortura e violência sexual

No Ceará, por exemplo, 1.229 mil pessoas foram mortas durante intervenções policiais entre 2013 e 2022, de acordo com dados do governo estadual.

“Esses números evidenciam a necessidade de prevenir essas violações e responsabilizar quem as comete. As principais vítimas são pessoas negras que vivem nas periferias brasileiras, incluindo crianças, adolescentes e jovens”, afirma Ingrid Lorena, assistente técnica do CEDECA Ceará.

A instituição irá citar a Chacina do Curió ocorrida em 2015, em Fortaleza, em que 11 pessoas foram mortas, a maioria adolescentes. Trinta e quatro policiais militares são acusados do crime e o primeiro julgamento está marcado para o dia 20 de junho deste ano.

Em relação ao sistema socioeducativo, o CEDECA Ceará realiza monitoramento periódico e denuncia, dentre outras coisas, a ausência de protocolos operacionais eficazes que assegurem a apuração de casos de tortura contra adolescentes e que considerem as práticas de perfilamento racial. Há ainda registros de intimidação e uso da força, isolamento e práticas reiteradas de violência psicológica e física. As meninas privadas de liberdade sofrem outras violências especificas em relação a gênero e raça, como o assédio sexual e a violação do direito à maternidade.

Brasil deve ser firme contra o racismo, diz Epsy Campbell Barr, da ONU

A presidente do Fórum Permanente de Afrodescendentes das Nações Unidas (ONU), Epsy Campbell Barr, argumenta que o Brasil deve se tornar uma das mais importantes vozes da comunidade internacional contra o racismo. “Precisamos que a voz do Brasil seja uma voz absolutamente contundente no debate racial e sobre a democracia nas Américas”, defendeu durante visita ao Ministério da Igualdade Racial em março deste ano.

Mais sobre o CEDECA Ceará

Há 29 anos o Centro de Defesa da Criança e do Adolescente (CEDECA Ceará) defende os direitos de crianças e adolescentes, especialmente quando violados pela ação ou omissão do poder público, objetivando o exercício integral e universal dos direitos humanos. A instituição compõe diversas redes e articulações nacionais de defesa de direitos humanos e representa o segmento crianças e adolescentes no Conselho Estadual de Defesa dos Direitos Humanos (CEDH).

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Governo Federal virá ao Ceará após CEDECA denunciar descumprimento de medidas cautelares à Comissão Interamericana de Direitos Humanos

Em reunião realizada nesta terça-feira (16), em Brasília, solicitada pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), o Centro de Defesa da Criança e do Adolescente (CEDECA Ceará) apresentou evidências que comprovam o descumprimento total ou parcial das sete medidas cautelares (MC 60-15) aplicadas pela CIDH em 2015 ao Estado Brasileiro. Como parte dos encaminhamentos firmados, o Ministério dos Direitos Humanos já confirmou agenda no Ceará para coordenar junto ao governo estadual a execução das medidas cautelares.

O monitoramento federal faz parte do plano de trabalho proposto pelo CEDECA Ceará, e aprovado na reunião, com o objetivo de acelerar o cumprimento das medidas cautelares. Na reunião foi firmado um pacto entre os peticionários (CEDECA Ceará, ANCED e Fórum DCA) e os governos federal e estadual, para que seja executado um plano de trabalho com definição de metas e prazos para execução total das medidas nos próximos dois anos.

Um resultado imediato da reunião é a obrigatoriedade do governo do Ceará de criar um protocolo de prevenção e combate à tortura específico para as unidades do sistema socioeducativo. Além de representantes da CIDH, participaram da reunião autoridades do Governo do Estado do Ceará, do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase), ligado ao Ministério dos Direitos Humanos, e do Ministério das Relações Exteriores.

“Os direitos dos adolescentes privados de liberdade não são negociáveis. Enquanto houver tortura sistemática e violações do direito à educação e saúde mental, por exemplo, as medidas cautelares devem permanecer como uma forma de pressão permanente junto ao Estado brasileiro para fazer valer os direitos desta população”, defende Mara Carneiro, coordenadora-geral do CEDECA Ceará.

Este tema foi assunto em matéria do jornal O Povo. Confira neste link

Poucos avanços e manutenção da violência

Embora reconheça como avanços frutos das cautelares a criação da Superintendência Estadual de Atendimento Socioeducativo (Seas), o controle da superlotação nas unidades socioeducativas e a criação de normas internas sobre a execução das medidas em meio fechado em seu cotidiano, o CEDECA Ceará afirma que tais avanços não eliminaram a situação de gravidade, urgência e irreparabilidade de danos que persiste nas unidades socioeducativas. Ainda se verificam graves violações de direitos e dificuldades para que elas sejam efetivamente apuradas e responsabilizadas. De 2021 a 8 de maio de 2023, o CEDECA Ceará enviou à Seas um total de 137 ofícios referentes a casos de violações de direitos em diversas unidades (o número inclui notificações e reiteração de pedidos).

 

Evidências do descumprimento das medidas cautelares

1) O uso indiscriminado e abusivo de algemas nas unidades socioeducativas;

2) O uso das “trancas” (dormitórios conhecidos por serem locais insalubres utilizados para isolamento de adolescentes com finalidade de castigo). A existência desses dormitórios é contestada pelo Governo do Estado do Ceará, mas os relatos dos adolescentes e as visitas de inspeção indicam o contrário.

3) A ocorrência de ameaças, agressões e intimidações a adolescentes por parte de agentes do Estado;

4) Unidades em situação degradante de higiene, insalubridade e infraestrutura;

5) Intervenções rotineiras do Grupo de Intervenções Táticas- (GIT), formado por policiais, no interior das unidades;

6) Instabilidade no quadro de funcionários, tendo em vista que as contratações se dão por meio de seleções temporárias e por período determinado, frequentemente apresentando desfalques e descontinuação do atendimento, sobretudo da equipe técnica;

7) Insuficiência dos atendimentos psicossociais e de saúde mental; e

8) A não garantia integral e universal do direito à educação nas unidades

A denúncia

As medidas cautelares 60-15 foram concedidas por meio da Resolução 71/2015, abrangendo as unidades socioeducativas Patativa do Assaré, São Miguel, Dom Bosco e adolescentes oriundos majoritariamente do São Francisco transferidos provisoriamente para o presídio militar de Aquiraz. Destaca-se que a concessão das medidas cautelares teve uma enorme contribuição para visibilizar o quadro de violações de direitos que contorna o sistema socioeducativo do estado do Ceará, especialmente o das unidades indicadas.

Confira registros da reunião (Fotos: Divulgação CIDH)

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Coletivo de mães e familiares realiza III Travessia neste sábado (13/05)

“E por acaso nós não somos mães?!”, questiona o ato que vai cruzar as ruas do Centro de Fortaleza na véspera do Dia das Mães.

Na semana em que olhares e corações se voltam para o Dia das Mães, um grupo de mulheres e familiares vai às ruas em Fortaleza para falar de outra emoção que move a luta por vida e liberdade de seus filhos e filhas. Neste sábado (13/05), o Coletivo Vozes de Mães e Familiares do Socioeducativo e Prisional realiza a terceira edição do Travessia, com apoio de diversos coletivos, movimentos e organizações parceiros.

A concentração para a Travessia acontece às 8h30 na praça do Ferreira, de onde os participantes seguem em caminhada em direção à praça Murilo Borges, onde acontecem apresentações culturais. O evento é um chamado do coletivo Vozes de Mães e Familiares do Socioeducativo e Prisional, que há 10 anos pauta a luta por garantia de direitos e dignidade à vida nos espaços de privação de liberdade no Ceará.

A Travessia faz um chamado ao Estado e à sociedade para que cheguem às periferias antes da algema e da bala, ou seja, na perspectiva de prevenção ao internamento, ao encarceramento e aos homicídios.

“Queremos reafirmar a vida para as nossas juventudes negras no sentido de vida, pulsão, identidade e liberdades”, resume Alêssandra Félix, uma das vozes do coletivo Vozes. Entre os diversos corpos que tombaram, a Travessia deste ano lembra a memória de Dona Francisca Lopes de Albuquerque, morta em Itaitinga, à beira da BR-116 ao tentar visitar um parente aprisionado, e as onze vítimas da Chacina do Curió, cujo primeiro júri está marcado para junho.

Entre os questionamentos trazidos para a Travessia deste ano está uma paráfrase da mulher negra Sojourner Truth, que em 1851 denunciou a exclusão de mulheres negras e pobres do debate público nos Estados Unidos. “E por acaso nós não somos mães?!”, questionam as mulheres que organizam a Travessia.

“Somos mães que percorremos os caminhos da privação de liberdade desde as unidades socioeducativas em que movimentamos as estruturas do sistema de garantia de direitos e as engrenagens judiciais, varas da infância, questionando e cobrando um olhar das autoridades competentes sobre o aspecto deformador do internamento que com uma violenta rapidez migra nossos filhos para presídios”, denuncia um dos trechos da Carta Política da III Travessia. 

Compõem a III Travessia os seguintes coletivos:

1.Coletivo Vozes de Mães e Familiares do Sistema Socioeducativo e Prisional do Ceará
2.Movimento Mães do Curió
3.Movimento Mães da Resistência
4.Centro de Defesa da Criança e do Adolescente (CEDECA Ceará)
5.Fórum Popular de Segurança Pública
6.Frente Estadual pelo Desencarceramento
7.Movimento Terra Liberta
8.Luta FOB
9.Rua-Juventude Anticapitalista
10.Coletivo de Juventude Alíum Resistência
11.Coletivo Raizes do Bom Jardim
12.Comunidade /Ocupação Carlos Marighella
13.Defensoria Pública /Núcleo de Atendimento ao Adolescente Infrator (Nuaja)
14.Rede de Mulheres Negras do Ceará
15. Mandata Nossa Cara
16. Mandato Fortaleza Verde
17.Movimento pela Vida de Pessoas Encarceradas do Ceará (Movipece)

Conheça todas as pautas da III Travessia no Boletim Informativo do Vozes e na Carta Política da III Travessia

Serviço

III Travessia

Quando: 13/05, às 8h30

Local: Praça do Ferreira até a Praça Murilo Borges

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Mães da Periferia realizam Dia da Beleza

Às vésperas do Dia das Mães, mulheres que tiverem seu filhos e filhas mortas por agentes de segurança do Estado, se juntam para um dia em que o autocuidado e a luta por justiça se encontram. No sábado, 13, a partir das 9h, o coletivo Mães da Periferia acolherá para quem a data é de luto.

“As pessoas às vezes questionam o que um dia de beleza tem a ver com a nossa luta, mas é importante entender que cuidar da nossa autoestima é cuidar da nossa saúde mental”, diz Edna Carla, fundadora do coletivo.

Ela é mãe de uma das vítimas da Chacina do Curió, ocorrida em 2015 com um total de 11 mortos. Esse é o último Dia das Mães antes do primeiro julgamento do caso, marcado para o dia 20 de junho.

“Toda essa programação é feita com o objetivo de fazer com que essas mães sintam seus filhos e filhas perto delas porque eles queriam vê-las sempre bonitas, felizes”, explica Edna Carla.

Pela manhã, as mães terão à sua disposição os serviços de reiki, escalda-pés, reflexologia e argiloterapia.À tarde haverá corte de cabelo, escova, sobrancelha, manicure, maquiagem e book fotográfico.

O Dia da Beleza foi pauta no CE1, da TV Verdes Mares, do dia 13 de maio de 2023. Confira neste link:

Quem são as Mães da Periferia

Formado em 2020 por 12 mulheres, todas mães de vítimas de violência policial no Ceará, o grupo Mães da Periferia teve início com a chacina da Grande Messejana, também conhecida como chacina do Curió, no dia 12 de novembro de 2015. O coletivo luta por memória, justiça e reparação.

2º Dia da Beleza

Data: 13 de maio, a partir das 9h

Por ser um evento restrito ao grupo de mães, o local do evento não é divulgado

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Fórum DCA inicia campanha pelo fim da violência sexual contra crianças e adolescentes

Começa nesta quarta-feira (10) uma série de atividades que será realiza de forma coletiva entre o Fórum Permanente de ONG’s em Defesa dos Direitos de Crianças e Adolescentes (Fórum DCA) e o poder público municipal e estadual para marcar o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes, celebrado no dia 18 de Maio. As ações local integram a campanha nacional “Faça Bonito“, convocada pelo Comitê Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes, Rede Ecpat Brasil e parceiros.

No dia 10, a programação inicia com um seminário no Teatro Celina Queiroz, na Universidade de Fortaleza (Unifor), que abre a campanha, e debate a importância da psicologia contra esse tipo de crime. A programação é aberta ao público. No dia 16 no auditório Paulo Petrola no Campus Itaperi da Universidade Estadual do Ceará (Uece) teremos um segundo seminário, no dia 18 de maio no Centro Cultural Dragão do Mar teremos um ato show, e no dia 19, na Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece) haverá uma audiência pública conjunta entre a Assembleia Legislativa e a Câmara de Vereadores de Fortaleza.

Dados

De acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 58,8% das vítimas de violência sexual no Brasil em 2021 são meninas com menos de 13 anos de idade. O número é 5% maior que o registrado em 2019. De 2020 para 2021 foram quase 36 mil meninas violentadas no país. Quanto aos agressores, 95% deles são homens, 82% conhecidos da vítima, sendo 40,8% pais ou padrastos. Irmãos correspondem a 37,2%. Um total de 76,5% dos estupros acontecem dentro de casa. Leia o relatório aqui: https://shorturl.ac/7a44i

Segundo Lídia Rodrigues, da Comissão de Enfrentamento a Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes do Fórum DCA, não tem sido fácil ter acesso a dados dos casos ocorridos no Ceará

“O maior banco de dados é o Dique 100, que reúne o maior número de denúncias, no entanto, não conseguimos acessar os dados mais recentes. Também não há sistematização de 100% dos casos que chegam ao Conselho Tutelar”, afirma.

Um levantamento feito em novembro de 2022 pelo jornal Diário do Nordeste, a partir de dados da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), indica um total de 1055 crimes sexuais contra crianças e adolescentes entre janeiro e setembro do ano passado.

A origem do 18 de Maio

Instituído em 2000 pelo projeto de lei 9.970/00, o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes é celebrado em 18 de Maio, em memória ao assassinato de Araceli Crespo. A menina de oito anos que foi drogada, estuprada e morta por jovens de classe média alta de Vitória (ES), no dia 18 de maio de 1973. Leia mais sobre o caso aqui: https://rb.gy/lvmor

São parceiros desta campanha o Governo do Estado do Ceará e a Prefeitura de Fortaleza, .

Programação

> 10 de Maio, das 14h às 17h
Seminário: A importância da Psicologia no combate ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes.
Local: Teatro Celina Queiroz, UNIFOR
Realização: Curso de Psicologia da UNIFOR

> 16 de Maio, das 14h às 18h
Ação Maio Laranja Universidade Estadual do Ceará (UECE)/Universidade Federal do Ceará (UFC)

Combate ao abuso e exploração sexual da criança e do adolescente: uma perspectiva multiprofissional do dia 18 de Maio
Local: Auditório Paulo Petrola (Uece – Itaperi)

> 18 de Maio, das 13h às 17h
Ato político-cultural com Banda Vida Nova, Espetáculo teatral A Chave, Jonh Oliveira e Mumutante.
Local: Praça Verde – Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura

> 19 de Maio, das 10h às 12h
Audiência Pública conjunta Câmara de Vereadores e Assembleia Legislativa
Local: Assembleia Legislativa do Estado do Ceará

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